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Mostrando postagens de junho, 2012
    As vezes, no silêncio da noite Ao ouvir os passos se aproximando, encostou-se à mureta, tentando aparentar indiferença a espera de que passasse. Mas, o vulto sem rosto, encoberto pela névoa, simplesmente parou à uns dez metros de distância. Estacou, súbito, como se houvesse se apercebido de algo. “Ele me viu” pensou, mas logo percebeu não ser devido à sua presença que o vulto estacara. Parecia antes haver lembrado de algo que esquecera. A princípio pareceu que iria voltar atras, com passos rápidos, pelo mesmo caminho por onde viera, embora ele não soubesse dizer de onde surgira. Na verdade, só agora se dava conta disso, ouvira os passos mas não lembrava tê-lo visto caminhando, quando o viu já estava parado, imóvel, com as pernas levemente afastadas, o corpo um pouco inclinado para à frente, o que lhe dava um aspecto de algo desalinhado à ordem natural das coisas, como uma torre de Pizza. Quando a sensação de ameaça passou e seu cor
                                                 ANA E O ARMAGEDON Encontrávamo-nos num lugar de um bucolismo dolorido que seria muito bonito não fosse a luz demasiado sólida, de cores intensas e belas, mas, ao mesmo tempo, com certo que de fatidicamente fúnebre. Era complacente a atitude de Ana, quando veio a mim, e, embora viesse reclamar do comportamento de um tal Menguela, fazia-o de modo condescendente, acrescentando ainda a mesma reclamação sobre outro sujeito: Beck Antunes, este bastante meu conhecido a cujos modos irascíveis eu já estava habituado. Saímos ambos no intuito de resolver estas questões quando avistei no céu estranho fenômeno. - Veja! É uma espécie de mini furacão – e o contato com seu ombro desnudo ao voltá-la em direção a ocorrência comunicou-me conforto e calor. Olhamos juntos àquilo que parecia ser um ciclone de areia - pelo menos foi a única definição que consegui dar a ele
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