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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

condenado

Encontrava-me sentado, placidamente, à borda do alpendre em frente a uma casa simples, muito comum na região onde vivo. O piso de cimento alisado e encerado, refletia de modo baço, minha figura de condenado. Balançava as pernas, batendo com os calcanhares à parede da área, onde esta terminava em abrupto degrau com mais de um metro de altura. “Meu pai deve estar próximo, ou, quem sabe, meu anjo da guarda”- pensei comigo, pois sentia uma paz e serenidade incondisentes com o momento. Esta sensação penetrava-me pelas costas e ombros, exatamente do mesmo modo como sentia penetrar-me, comumente, as impressões ruins dos ambientes pesados, como os de certos lugares onde trabalhei. Não sentia culpa ou remorso e tampouco sabia a razão – ou sabia e não lembrava – por que havia sido condenado. Pensava nisso quando senti – creio haver percebido seu reflexo no cimento – o algoz aproximar-se. - Está na hora! - disse ele. E, a estas palavras senti deixarem-m